Após escolher os melhores singles, filmes e livros, está na hora de finalizar a lista com os melhores álbuns lançados durante este ano. Confira a seguir a lista.
Delta Estácio Blues (Juçara Marçal)
Após sete anos, Juçara Marçal volta com força com o seu segundo álbum lançado este ano. Com produção de Kiko Dinucci e parcerias com Ogi, Marcelo Cabral e Rodrigo Campos, "Delta Estácio Blues" é o melhor disco do ano, nos relembrando a potência da cantora que está pronta para a guerra.
Carnage (Nick Cave & Warren Ellis)
Nick Cave e Warren Ellis lembram Lennon e McCartney: juntos, criam canções que viram obras, como é o caso de "Carnage", álbum que surgiu através de um bloqueio pessoal de Cave, durando o isolamento social. Solidão, redenção e tantos outros sentimentos estão presentes em "Carnage", deixando-o genial de início ao fim. [Confira as impressões da obra aqui.]
Possa Nova (Filipe Mariz)
Em "Possa Nova", Filipe Mariz está maduro e pronto para cantar e tocar sobre suas últimas experiências amorosas ao lado do melhor da cena autoral de Maceió. É impossível não se emocionar com as 12 canções. [Confira entrevista com Filipe aqui.]
Nordeste Ficção (Juliana Linhares)
"Nordeste Ficção" é o primeiro álbum de Juliana Linhares. Através da capa, já fica exposto o que esperar do álbum que foi inspirado na obra de Durval Muniz de Albuquerque Júnior, "A Invenção do Nordeste e Outras Artes". Com participação de Letrux e Zeca Baleiro, o álbum da cantora foi um dos melhores lançamentos deste ano, pois mostra-se os Nordestes de Juliana. [Confira entrevista com Juliana aqui.]
Esculpido a Machado (LEALL)
A narrativa de "Esculpido a Machado" começa na capa: sentado em uma cadeira de plástico, LEALL segura uma arma e aponta para o seu reflexo no espelho, enquanto duas crianças ficam em segundo plano. A partir da fotografia impactante de Marcelo Martins, o álbum traz canções-denúncias sobre a corrupção de menos, a criminalidade e a negligencia do Estado com a população negra e periférica.
Olhos de Vidro (Jadsa)
O vidro é transparente, logo, "Olhos de Vidro", último álbum lançado por Jadsa é puro, assim como é a água e sua poesia - presentes em seu trabalho. Amores, libertação, dor e suas últimas vivências fazem com que seus olhos se tornem o narrador de sua história.
De Primeira (Marina Sena)
Quantas vezes você já ouviu o nome de Marina Sena em sua roda de amigos? Saiba que esse nome será muito falado ainda. Em "De Primeira", a cantora mistura diversos gêneros musicais como o funk, samba, pagode e brega, entregando um novo tipo de pop.
Aquele Nenhum (Romulo Fróes)
Para celebrar o aniversário de 50 anos, Romulo Fróes presenteou o público com "Aquele Nenhum", dois álbuns em um. De um lado, canções acústicas se misturam com a voz grossa de Romulo, enquanto isso, do lado B, vemos um disco com mais barulho, ou seja, ruídos e captações sujas estão presentes. Um presentão aos fãs do músico.
Nu (Djonga)
O quinto álbum de Djonga é o mais poderoso que já lançou até o momento. Como diz o título da obra, o rapper faz de sua nudez para contar as histórias de suas vidas. Após ser cancelado por tocar em uma festa durante a pandemia, Djonga assume sua culpa e aproveita para relembrar sua trajetória.
Além da Boca (Paulinho Boca de Cantor)
Paulinho Boca de Cantor continua com a alegria e poesia que conhecemos em Novos Baianos. Em "Além da Boca", os instrumentos variam, assim como os estilos musicais, relembrando que o amor e o otimismo são necessários - e que salvam. [Confira as impressões da obra aqui.]
Trava Línguas (Linn da Quebrada)
Em "Trava Línguas", Linn da Quebrada questiona o mercado fonográfico: "quem eu soul nesse sistema?" Vão colocá-la em um rótulo para que suas músicas cheguem em outras pessoas? Linn não pode ser Linn da Quebrada? O álbum da multiartista é uma conversa franca e necessária.
Memorandos (Taco de Golfe)
A capa do disco já entrega o que está em "Memorandos". O último álbum lançado por Taco de Golfe conta com colagens sonoras que remetem a confusão, reflexo do isolamento social e da convivência diária dos músicos, além da alienação kafkiniana e a raiva de uma geração que não consegue sonhar. [Confira entrevista com a banda aqui.]
Chegamos Sozinhos Em Casa (Toyu)
Lançado em dois volumes, "Chegamos Sozinhos Em Casa" traz as inquietações, dúvidas e mudanças do trio Toyu. De forma honesta, Jean, Lay e LioSoares relembram e cantam sobre fracassos, amadurecimento e aprendizados enquanto crescem e voltam sozinhos para uma nova jornada.
Verona (Lucas Gonçalves)
Minas Gerais e São Paulo, passado e presente, imagens e névoas se misturam em "Verona", segundo álbum do mineiro Lucas Gonçalves. Ao revisitar Passa Quatro, acompanhamos o músico correndo pela estrada para matar a nostalgia que está dentro dele. [Confira entrevista com o Lucas aqui.]
Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo (Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo)
Quatro indivíduos em uma banda que faz recortes musicais trazendo suas indagações para entrar na cabeça dos ouvintes - é assim que Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo é. O álbum de estreia que leva o nome da banda é composto por diversas vozes, muitas batidas e ruídos (existentes ou não).
Rocinha (Mbé)
Mbé, palavra em yorubá, significa "ser e "existir" e pode ser aplicada em um indivíduo que pesquisa fósseis tecnológicos. Apresentando-se como Mbé, Luan Correia apresenta o seu Brasil através dos morros da Rocinha.
A Cloud From Dreams World (Daniel Kowalski)
Quando troquei e-mails com Daniel Kowalski, perguntei sobre o seu processo de criação, me respondendo: "o processo de criação que procuro trabalhar é o de retratar movimentos invisíveis por meio de sons". Com 8 músicas, o EP "A Cloud From Dreams World" leva o ouvinte para outro mundo (inexistente ou não) que é tranquilizador e diferente de onde vivemos. [Confira entrevista com Daniel aqui.]
Solar Power (Lorde)
Sol, novo país e praia fizeram bem para Lorde que deixa de lado a escuridão para dar uma chance à luz e suas pequenas felicidades.
Malandro 5 Estrelas (Índio da Cuíca)
A cuíca está presente há mais de cinquenta anos na vida de Índio da Cuíca. "Malandro 5 Estrelas" é um álbum que conta a história do músico com o instrumento que o acompanha por onde anda.
Batidão Tropical (Pabllo Vittar)
Os símbolos dos anos 90 voltaram com tudo e estão presente em "Batidão Tropical". Misturando forró eletrônico, tecnobrega, carimbó e pop, Pabllo Vittar apresenta aos jovens a cultura do Norte e Nordeste, regiões ricas culturalmente. Em um ano indeciso, Pabllo colocou a gente pra dançar, porque festejar é necessário para continuar vivendo.
Gueto Elegance (Badsista)
Lançado em novembro, no fim do ano, "Gueto Elegance" de Badsista é uma obra-prima. Com colaboração de Jup do Bairro, Cronista do Morro e entre outros, Badsista canta sua trajetória no mercado musical que passou por diversos cantos.
Teoria da Terra Plena (Lucas Vasconcellos)
A capa do disco lembra a obra-prima de George Harrison, "All Things Must Pass, já dando a entender que Lucas Vasconcellos precisou se exilar para se reencontrar novamente. De volta a natureza da serra fluminense, o músico se aprofundou sua relação com sons mais orgânicos, resultando "Teoria da Terra Plena", um álbum que foca mais no violão e piano, trazendo a paz da terra plena.
If I Can't Have Love, I Want Power (Halsey)
Meu Coco (Caetano Veloso)
"Meu Coco", último álbum de Caetano Veloso, mostra que o eterno tropicália continua com forças para criar - e que não pretende parar (sorte a nossa!). Caê celebra a cultura brasileira, faz uma homenagem linda ao seu neto caçula, Benjamin, e canta para Gil e Gal. Dias bonitos virão.
Noturno (Maria Bethânia)
A luz do fim do túnel surge após um período obscuro. Com sua voz suave e poderosa, Maria Bethânia traz a esperança que precisamos. Em "Noturno" ouvimos fragmentos sentimentais, conhecendo a vulnerabilidade da cantora (e das canções) que também está presente na situação atual do Brasil.
Planet Her (Doja Cat)
Call Me If You Get Lost (Tyler, The Creator)
O álbum mais elegante, definitivamente, de Tyler, The Creator. Passeando pelo soul, funk, hip-hop e rap, "Call Me If You Get Lost" traz canções sobre o preconceito, fama e amor, esses dois últimos lembrando a poesia de Charles Baudelaire.
El Madrileno (C. Tangana)
Te Amo Lá Fora (Duda Beat)
Em "Sinto Muito", seu primeiro disco, Duda Beat sofre pelos amores não correspondidos. Três anos depois, a cantora aceitou as paixões platônicas - é assim que surge "Te Amo Lá Fora". Misturando diversos gêneros musicais, Duda coloca o ouvinte para dançar, sofrer e amar, imitando a vida.
Roteiro Para Anoïuz Vol.2 (Don L)
Ficção e realidade brasileira se misturam em "Roteiro para Anoïuz Vol. 2", último lançamento de Don L.
Drama (Rodrigo Amarante)
As experiências de Rodrigo Amarante resultaram "Drama". Após oito anos, o músico volta com novas canções, porém, em uma nova estética, fazendo colagens de diversos sons sonoros. Pode soar estranho no início, mas no final, "Drama" (o título é ambíguo) é uma beleza rara.
Happier Than Ever (Billie Eilish)
O segundo álbum de Billie Eilish mostra a camaleoa que a artista é. Em "Happier Than Ever", Billie reflete sobre o impacto do sucesso ainda jovem, o peso da fama, depressão e isolamento. Eilish usa seus conflitos para dialogar com o ouvinte que também pode estar passando por algo parecido.
Intervenção Lunar (Vanguart)
O amor continua sendo tema principal do Vanguart. Se viver durante uma pandemia foi difícil, a banda traz esperança aos ouvintes. "Vamos Viver" dá ênfase à expressão "viver é a melhor vingança" para, mais tarde, recolhermos os brilhos deixados pela vida.
Cantinho (João Marcos Bargas)
Foi durante a pandemia da Covid-19 que o multiartista João Marcos Bargas decidiu, ao lado de seus amigos artistas, compartilhar com o público o seu "Cantinho". O primeiro EP do cantor é um convite para conhecê-lo a fundo. [Confira a entrevista com João aqui.]
Portas (Marisa Monte)
Depois de 10 anos sem lançar um novo álbum, Marisa Monte volta com força - em "Portas", ela transporta o ouvinte para outro mundo que é leve e reconfortante. Com parcerias de anos, Marisa continua poética e levando amor aos indivíduos que esqueceram de amar após um tempo conturbado.
Ensaio Pra Destruir (Fernando Motta)
O título já diz tudo: é através da destruição que Fernando Motta se reconstrói, mesmo sendo difícil. Com produção de Victor Brauer, "Ensaio Pra Destruir" é o terceiro álbum do músico mineiro que tentou se preparar para um futuro próximo (será que deu certo?).
A Pegada Agora É Essa (Antonio Neves)
Através do selo britânico Far Out Recordings, Antonio de Moraes Neves lançou o seu segundo álbum, "A Pegada Agora É Essa" que apresenta oito cações que conta com a participação de Hamilton de Holanda e Eduardo Neves, além das intérpretes Alice Caymmi e Ana Frango Elétrico. Um dos álbuns mais brasileiros lançados este ano.
Ultraleve (Edgar)
Edgar alinhou suas ideias e atualizou o seu discurso, compartilhado em "Ultraleve", lançado este ano. Em nove canções, o músico coloca para fora os seus incômodos, querendo diversidade de gênero enquanto canta e celebra.
Daddy's Home (St. Vincent)
Lançado em maio deste ano, o sexto álbum de St. Vincent, "Daddy's Home" revisita o disc club, trazendo todos os questionamentos da vida. O disco foi uma maneira de contar sua própria versão como se sentiu após seu pai ser preso. Dançante e emotivo, St. Vincent veste nova roupagem e rouba os holofotes.
Corpo No Infinito (O Cientista Perdido)
Para o novo projeto, O Cientista Perdido precisou mergulhar em si durante o isolamento social para dar vida ao EP " ", que aborda sentimentos, ansiedades e questões internas que todos carregam. Um mergulho doloroso, mas necessário para lembrar o valor da vida. [Confira a entrevista com o Cientista aqui.]
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