Depois dos 10 melhores singles de 2021, é a hora de dividir os 10 melhores filmes assistidos em um ano (quase) infinito, doloroso e miserável. É importante dizer que todas as obras elencadas neste site, não seguem uma ordem específica, o importante é que todas essas dez opções transmitiram algo para essa que vos escreve.
Ostinado (Paula Gaitán, 2021)
A parceria entre Arrigo Barnabé e Paula Gaitán começou anos atrás. Depois de atuar em "Luz Nos Trópicos", lançado em 2020, Arrigo volta a trabalhar com Paula, agora, interpretando a si mesmo em "Ostinado", documentário que aborda o processo criativo do cantor, compositor e ator brasileiro. Arrigo possui uma mente intranquila e compartilha com o público suas dores ao criar uma nova obra. Em uma conversa verdadeira, pelo telefone, Paula compartilhou comigo que Arrigo é uma das pessoas mais bonitas e "Ostinado" mostra justamente isso.
Edna (Eryk Rocha, 2021)
Lançado oficialmente no festival "É Tudo Verdade" deste ano, o filme de Eryk Rocka traz Edna como protagonista que compartilha suas experiências e sobrevivência como mulher, guerrilheira, ribeirinha, mãe e companheira. Sussurrando, a mulher conta sobre o amor pela natureza, a luta pelas terras e a guerrilha do Araguaia. "Edna" é um filme poético que aborda vida e morte da mulher que sonha em ir para outro lugar, um local que possa se sentir viva.
Marighella (Wagner Moura, 2019)
Inspirado no livro do jornalista Mário Magalhães, "Marighella: O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo" (Companhia das Letras, 2012), o filme de Wagner Moura retrata os cinco últimos anos de Carlos Marighella durante a ditadura civil militar. Filmado com uma câmera na mão, o filme "Marighella" traz emoções e sensações que podem ser aplicadas nos dias de hoje. [Confira as impressões do filme, aqui]
Sanctorum (Joshua Gil, 2019)
Fantasia e realidade se misturam no filme de Joshua Gil. Em "Sanctorum" acompanhamos os cidadãos de uma aldeia tentando sobreviver. Pobreza, drogas, tráfico, militares, fábulas e natureza se misturam o tempo todo, fazendo com que o telespectador se choque e se emociona com o que está sendo passado nas telas.
Babenco: Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou (Bárbara Paz, 2020)
Hector Babenco não tinha medo da morte, mas não queria morrer. Dizia que tinha muito mais para ser vivido, explorado e filmado. Quando percebe que seu fim está próximo, decide registrar seus últimos dias, pedindo para sua esposa, a atriz e diretora Bárbara Paz, gravar e só enterrá-lo quando o médico dissesse que o coração realmente parou de bater. O documentário retrata o amor de Babenco pela vida e pela sétima arte, que o fez manter vivo.
Máquina do Desejo: Os 60 Anos do Teatro Oficina (Lucas Weglinski e Joaquim Castro, 2021)
Fundada em 1958 por José Celso Martinez Corrêa e diversos estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, o Teatro Oficina revolucionou a linguagem teatral no país. O filme "Máquina do Desejo: Os 60 Anos do Teatro Oficina" revisita a história do teatro, misturando arte e a vida de Zé Celso, em busca de uma linguagem verdadeiramente brasileira, em um período onde a arte passa por um desmanche.
Um Pai Que Você Nunca Teve (Dominika Lapka, 2020)
A realidade da diretora filmada e compartilhada com desconhecidos, é assim que começa "Um Pai Que Você Nunca Teve". Dominika Lapka revisita o seu pai que a abandonou no passado para construir uma nova família. Em um apartamento bagunçado, o pai tenta responder as perguntas da filha desconhecida, iniciando um conflito doloroso para ambos.
Paraíso (Sérgio Tréfaut, 2021)
O filme começa com o diretor explicando o enredo. "Paraíso" deveria ter contato a história de idosos que se reúnem todos os dias nos jardins do Museu da República, porém, tudo foi alterado com a pandemia do coronavírus. O filme de Sérgio Tréfaut transformou-se em um tributo aos idosos que tiveram que parar a vida para tentarem sobreviver à um vírus silencioso e fatal.
Torquato Neto: Todas as Horas do Fim (Eduardo Ades e Marcus Fernando, 2018)
Poeta, cineasta, compositor, crítico e jornalista, Torquato Neto é um dos artistas que continuam sendo importante para a cultura brasileira. No documentário "Torquato Neto: Todas as Horas do Fim", acompanhamos a história do tropicalista que nasceu em Teresina e morreu no Rio de Janeiro, em 1972, com 28 anos.
Chico Rei Entre Nós (Joyce Prado, 2020)
Dirigido por Joyce Prado, o filme retrata a importância de Chico Rei, também conhecido por Galanga, nas terras mineiras. O rei congolês foi trazido como escravo para trabalhar na região de Ouro Preto, em Minas Gerais. Em 1740, comprou sua própria liberdade e a de outros escravos, desde então, sua figura foi eternizada na tradição oral e celebrada anualmente no "Reinado", cerimônia que acontece em Minas Gerais.
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