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Lorena Moura ergue sua voz e sua poesia em Mata-Leão

  • Foto do escritor: Michele Costa
    Michele Costa
  • há 2 dias
  • 14 min de leitura

"Matar um leão por dia" é uma expressão repetida, utilizada constantemente, quase banalizada. Mas em Mata-Leão (Cavaca Records, 2025), primeiro álbum de Lorena Moura, ganha um novo sentido com carne, sentido melancolia. A cantora e compositora transforma a frase em gesto simbólico para enfrentar desafios diários, dores íntimas e fantasmas emocionais que perseguem qualquer pessoa. Aqui, o leão não é apenas a fera externa; ele habita dentro, na memória, no corpo, no afeto e nos signos. 


A voz de Lorena conduz poemas escritos por Luca Fustagno, amigo de adolescência, carregando confissões que ora acariciam, ora rasgam. Há fragilidade e fúria; há cicatriz e sutura. O eu-lírico que respira no álbum sabe que a luta não é apenas contra monstros grandiosos - às vezes o combate se trava contra o tédio, a culpa, o medo, a solidão.


A sonoridade vaga pela MPB dos anos 70 e 80, flertando com blues e psicodelia, sem perder o frescor contemporâneo. A produção de Paulo Emmery, com co-produção de Antonio Fischer-Band, dá ao álbum uma atmosfera orgânica, onde cada instrumento parece envolvido em liturgia.


Ao longo das oito faixas, permanece a imagem de Lorena Moura, com o suporte de seu amigo Luca, matando seus próprios leões - que também estão tatuados no braço de outro - pequenos e grandes, internos e externos, reais e simbólicos - alguns tatuados no braço de outro, outros impressos apenas na alma. A luta é um grande exorcismo feito pela poesia, porque Mata-Leão não é sobre vencer sempre, mas sobre encarar os incômodos. 


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lorena moura
(Design gráfico: Clara Bernardes / Fotos: Marina Zabenzi)

As composições do álbum surgiram após o isolamento social. Pode-se dizer que as faixas são consequências do que vocês viveram, ouviram e imaginaram durante a pandemia?

Lorena: É uma boa pergunta. Eu acho que sim e não, porque esse projeto todo tem uma coisa que é um primeiro álbum, assim, né? De alguma maneira ele é um pensamento único e é uma coisa, mas ele também é uma junção. Então, acho que sim, algumas são mais, obviamente, "produtos" do que a gente viveu ali, naquele momento específico, mas também tem outras que escapam, né? 

Luca: Eu acho que é isso: sim e não, porque tem dentro delas um movimento. Teve uma primeira leva, que até não tá no disco, nas músicas que a gente fez, que a gente deixou pelo caminho, que eram muito da perspectiva, tipo, acabaram sendo, sem a gente perceber, dentro de ambientes isolados, dentro de quartos e casas. E aí teve um momento que a gente, conforme tudo foi liberando, a gente foi mais pra rua e pra vida, mas a gente nunca… Tem algum resquício de pandemia nesse movimento de dentro e fora, que é até uma coisa que reverbera, tipo, dentro de várias faixas do álbum, mas ele… É engraçado, eu acho que elas teriam, meditariam sobre essa relação entre dentro e fora, mesmo se a pandemia não tivesse pautado isso.

Lorena: É, talvez, realmente. 

Luca: Porque a gente meio que emergiu de um quarto também, tem uma coisa meio, tipo, do compor ali, que faz sentido. A gente, primeiro, começou prestando atenção em coisas mais quase diarísticas, e até essas músicas que não foram pra frente, que não eram muito interessantes… A gente, tipo, vai falar da nossa experiência, a gente sai pra coisas mais antêmica, e falando mais de momentos que poderiam envolver mais pessoas e não uma subjetividade muito única. Então acho que isso tem a ver até com o amadurecimento, tipo, parar de pensar num eu e sair de um privado e ir pra um público. Eu acho que o álbum faz isso também. 

Como foi sair do eu para ir ao nós? 

Lorena: Cara, foi pandêmico, de alguma forma. Ainda mais porque quando a gente fez [as músicas], a gente tinha acabado de sair da escola, né, a pandemia começou quando a gente foi pra faculdade. E aí é uma série de movimentos de crescer, de ver o mundo e virar adulto e tudo mais… E [tudo] entra, sei lá, num pé louco. Acho que também quando a gente continuou a compor, antes de gravar, eu acho que o mundo foi se abrindo na mesma medida que a gente foi entrando no mundo. Então acho que foi muito isso, de sair do eu e Luca, tipo assim, só a gente ali, e começar, o Luca foi de tudo afora, fez as coisas e a gente continuou compondo. Eu tava na faculdade de música e a gente na distância mesmo compondo as coisas e tal… Acho que falando de experiências mais abrangentes que a gente tava tendo, pra além da gente num quarto, né, assim. 

Luca: Também tem uma coisa de, tipo, por ser uma produção, a parte da composição, por ter duas pessoas, ela nunca é singularmente autoral de uma voz só. Acho que uma grande parte do [processo], dois anos e meio eu compondo, fazendo as letras pra Lô e ela fazendo a melodia, a gente foi tentar acessar a voz dela e tentar fazer - acho que esse foi o primeiro esforço - que a voz das letras fosse o mais próximo possível da voz dela, mas tem um momento que a gente deixou esse meio pra trás e tentou fazer uma voz diferente, uma voz talvez mais elástica nesse negócio de identidade e saísse de uma cara meio canta-autora e fosse pra uma coisa mais de uma composição que pudesse caber várias experiências e não a nossa, em conjunto. Eu acho que tem uma característica, por ser uma produção de duas pessoas, ela acaba olhando para mais lados, ainda mais nós dois somos encarregados de coisas diferentes dentro disso e fica mais dual dessa forma. É meio híbrido desde o início. 

Me chamou a atenção que vocês estavam saindo da escola, ou seja, vocês saem ali da época de juventude para ser adulto, seja lá o que isso significa. Como que foi crescer, viver uma pandemia, se sufocar desses sentimentos e nessa visão? Como vocês analisam hoje, após esses anos sombrios? 

Lorena: É aquela coisa: a pandemia foi horrorosa, pavorosa, eu não ouso dar um adjetivo bom para o que aconteceu, mas foi também uma conjunção de coisas que fizeram a gente compor junto também. Porque quando a gente começou, a gente ficou na casa da minha avó, eu, o Luca e mais alguns amigos, porque minha avó não estava lá, e a gente ficou duas semanas quarentenando, né? E depois disso o Luca seguiu comigo, tipo, na minha casa, com a minha família, e a gente ficou tipo um mês junto e foi meio nessa… Eu acho que quando a gente sai da escola ali, tipo, eu já estava querendo ir pra faculdade de música e o Luca já escrevia também, e a gente se olhou, somos melhores amigos, e ficou tipo "e se a gente fizesse?" já apontando também os caminhos da vida, o que cada um vai fazer, sabe? 

Luca: Lembrando aqui, porque é uma época que eu realmente não penso tanto, a faculdade, após o ensino médico, parecia um passo natural para todos nós. Quando parou [por conta da pandemia], foi um momento de suspensão e estranheza que deu pra falar "tá, o que vai fazer isso ser mais, de alguma forma, palatável?" E aí foi, de alguma forma, se debruçar sobre a experiência - e não por acaso, "Carinho" é a primeira música, tem um pouco dessa tensão que tá na letra e tal que é desse momento também que já era esquisito por si só, por ter 18 anos num momento sem precedentes. 

Fiquei me perguntando justamente isso: nós vivíamos em um mundo x, entramos na pandemia com outro mundo e saímos dela com um novo mundo. É interessante isso porque no álbum, Lorena, você deseja mostrar ao ouvinte um novo mundo. Como é esse mundo para você? O que você idealizou? 

Lorena: Nossa, ótima pergunta. [risos] Eu acho que é uma pergunta, eu acho que... O que é esse novo mundo? Eu acho que falar que a gente tentou idealizar um novo mundo, eu acho que é até um pouco ousado a maneira que o Cainan [assessor de imprensa] usou, mas pode ser que a gente tenha criado um mundo ali do álbum, né? Uma nova coisa porque quando a gente tava fazendo tudo era muito incerto e assustador. Eu acho que essa coisa de pandemia também deixou a gente numa coisa… Virou uma coisa de tudo pode acontecer; e saindo pra vida adulta também é um grande tudo pode acontecer, né? Eu acho que a gente foi traçando caminhos, tanto dos mais absurdos e grandiosos, tipo titanomaquia e guerra de titãs, e aquelas fantasias pavorosas que a gente criava na cabeça, mas que de alguma maneira também entretinham muito; as coisas mais pacatas, tipo manhã, a gente num lugarzinho, observando e olhando e falando e crescendo e tal. Então eu acho que era um mundo possível, né? Um mundo que tinha um milhão de possibilidades, mas um que a gente conseguia transitar com alguma alegria, né? Ou alguma, sei lá, qualquer coisa, né? 

Luca: A gente já teve essa coisa. É um álbum um pouco… Eu fico achando que ele é super pouco alegre, mas as pessoas têm outras opiniões, e eu fico, tipo, "nossa, curioso." O que a gente mais pensou durante os processos era que a gente tava num entrelugar, entre algo que não é mais e o que ainda não se deu. Isso que a gente ficou pensando em questão de espaço liminar, que era, na verdade, a gente... Pensando nesses cinco anos, desde aquela primeira composição até agora o lançamento, meio que criou um espaço de suspensão, onde tudo tá meio em remo não firme entre, tipo, qual é o caminho mais rápido entre dois pontos. Não foi uma reta de fato, foi algo que existiu ali - e que virou o álbum em si, porque é um álbum sem nenhuma certeza. Ele meio que se constrói através de perguntas e tem essas várias crises apocalípticas, sejam elas das mais pessoais e familiares que existem nesses espaços pequenos e fechados e domésticos, ou às vezes existenciais e internas, ou para aquelas relacionais com um outro amoroso ou não. Acho legal que a gente acaba com "Titanomaquia" porque é essa visão do fim do mundo bem abstrata que era uma coisa da gente estar percebendo meio que os sinais de um apocalipse estão surgindo aí. Era uma música que a gente queria escrever por muito tempo, a gente tinha tentado fazer de mil formas e tinha uma forma muito mais honesta que ela podia acontecer, de um desespero real, triste, que nunca rolou, porque ela parecia meio panfletária, meio melancólica demais… E o jeito que a gente achou foi fazer como se fosse um carnaval e brincar com essas imagens do coletivo, de tirem as camisas do varal, e esse chamado de imagens de festa, imagens de protesto, falando desse fim do mundo de uma maneira quase mais ambivalente. É isso que é legal de "Titanomaquia" porque ele termina o álbum, aí sim, falando que tudo bem, vai ver que o apocalipse, nesse caso, é o fim de um mundo específico, dessa formatação, e a gente vai partir para uma outra coisa.


O título do álbum faz uma brincadeira com a arte marcial e um ditado popular. Quais e quantos leões você tem matado por dia?

Lorena: Ótima pergunta. [risos] É engraçado porque quando a gente fala essa coisa de matar o leão… Só um recorte: os leões que eu mato costumam ser mansos, acho que tem leões maiores para matar, mas acho que o leão que a gente mata… Nós somos o nosso próprio leão de alguma forma. [sorri e Luca ri] Acho que esse título e essa coisa é muito sobre isso - é o mata-leão que a gente dá na gente mesmo. Quando a gente tava fazendo a divulgação do álbum, o Luca sugeriu o poema do Eucanaã Ferraz ["Sob a luz feroz do teu rosto"] que fala muito sobre amar um leão, fala muito sobre a beleza de amar um leão e o leão que você ama não te mata e tal. Essa relação com o leão que a gente estabeleceu não é uma relação só de morte, de querer o fim desse leão; porque é o leão que você namora, que você vive - você tem que ultrapassar essas coisas para seguir. Quais leões que eu mato hoje em dia? Eu tô na minha última semana da minha faculdade [Luca ri] e tem muitos leões guardados internos, leões de ego, leões defensivos e leões de aprendizados… O álbum foi um grandíssimo leão, uma fera bem grande, sabe? Cada show é um leão… Fazer um álbum é um leão maravilhoso, um leão lindo, um leão que você quer ter pra sempre, mas que você [precisa] ultrapassar e matar para partir para o próximo, né. 

Luca: Ele virou título de uma forma diferente, né?! Ele começou como uma piada, ele vem da letra de "Perigo", e vem com a imagem de depois eu faço, depois lido [com isso], com a imagem de coach, né. As coisas que estão no álbum ficam suspensas, você não sabe se deu certo. A gente não sabe quem ganhou: se foi a gente que ganhou do álbum ou foi o álbum que ganhou da gente - de qualquer forma, ele tá aí e a gente vai sair para outra e recomeçar esse processo.


lorena moura
(Créditos: Marina Zabenzi)

Por mais que seja um álbum seu, com seu rosto e seu nome, você não está sozinha; inclusive, o plural - estipulado pela palavra nós (Luca, mãe e o outro) - aparece nas letras. Qual a importância de estar com outras pessoas?

Lorena: Nossa, acho que sim. Eu e o Luca a gente fala muito sobre isso, ainda mais por ser um projeto que tem o meu nome, tem a cara, sei lá o quê e que eu tô encarregada de certas coisas que ele não tá e ele tá encarregado de certas coisas que eu não tô… E é isso, a gente cria muito as coisas junto mas também tentando manter uma individualidade de quem faz coisas diferentes. É uma sorte gigante trabalhar com ele, que é meu melhor amigo e tá comigo em tudo e, nesse sentido, a união faz a força, né? Porque empurrar esse álbum pra fora é tipo um trabalho de pessoas, né? Eu não conseguiria fazer sozinha de jeito nenhum e eu acho maravilhoso ter outras visões e coisas que eu não saberia dizer e também trazer o que é meu pra estar junto e tal. Uma vez o Luca falou isso enquanto a gente tava escrevendo sobre o álbum e tal, que é como a gente compõe junto e contra o outro porque a gente, de fato a gente na composição é o lugar que a gente se dá mais bem a gente raramente briga por causa de música…

Luca: Acho que nunca, né? 

Lorena: Acho que nunca é forte. [risos] 

Luca: Não, por outras coisas sim, mas eu não consigo lembrar uma [briga]...

Lorena: Acho que no começo a gente tinha um processo mais tapeado. No começo a gente era muito defensivo, né? Eu lembro que no começo o Luca fazia umas músicas e escrevia umas coisas eu cantando, como se fosse eu, e eu ficava "eu vou cantar isso? Nossa!" Mas em relação até ao imagético que é uma coisa que a gente preza muito no trabalho, às vezes, a gente tem muitos embates mas que no final são sempre muito ricos pro projeto. Sempre que eu tenho vontade de fazer [algo] sozinha, eu fico "meu Deus, que bom que eu tenho [pessoas] à minha volta" porque eu não quero nunca fazer isso sozinha porque é muito bom ter gente pra dividir e pra falar porque, de alguma maneira, é um lugar solitário de ser a cantora, a cara e blá blá blá… Eu adoro fazer as coisas junto, apesar, na maioria das vezes, a gente faz as músicas separados também. A gente não faz junto porque ele manda uma letra e aí fica lá comigo um tempo e aí quando eu quero eu faço ou quando me vem alguma coisa eu falo "vamos fazer uma música sobre isso?" e ele escreve uma letra ou eu mando uma harmonia, mas a gente raramente faz junto.

Luca: A gente tem pânico de sessão, essa ideia de se juntar pra fazer porque acho que mata um pouco o impulso que a gente tem de coisas. É sempre um achado: a gente já escreveu música falando no telefone e eu correndo na praia, a Lorena em casa… É um processo muito aberto, por isso que a gente demorou pra compor. Você falou desses personagens coletivos, eu lembro da gente ter essa conversa - eu tinha essa resistência - [porque] eu sabia que essa primeira perna do repertório não ia ser música de amor… A gente sempre tinha uma resistência em fazer uma coisa mais [mexe as mãos e olha para o lado] porque parecia fácil de alguma maneira. O primeiro impulso é fazer esse recurso patético do eu e você - e patético não significa cheio de patos, é essa coisa com emoção que a gente tá pensando para um segundo projeto porque essa coisa do eu e você é muito rica que você pode se mover em relação ao ouvinte ao mesmo tempo que ele se implica por ser você e ao cantar, você se torna o eu. A gente queria fazer coisas que pudessem falar por categorias ou grupos de pessoas que fosse além de um sujeito da parada. Cada música tem um personagem que vai além da voz da Lorena. A voz é mais um personagem num elenco maior.


"A forma que a gente criou esse repertório traduz o mundo à nossa volta de maneiras diferentes e fantasiosas, mas tem muito a ver também com não estarmos preocupados com a linearidade." Lorena

Outros símbolos se repetem nas composições, como é o caso de mar, mundo, mãe e vida. O que elas representam para vocês? 

Lorena: É igual a coisa da autoanálise: é um bebê. [ri e finge que tem um bebê nos braços] "Olha o mar, o mundo, minha mãe, a vida" é muito [sobre] os pequenos comentários da vida. Acho que elas se repetem porque eram as coisas que a gente tava enxergando sobre as fofuras e os afetos.  

Luca: Eu fico dando graças a Deus porque a gente não levou muito a sério os símbolos dele. Desde o início, [o álbum] forma uma casa porque ele é muito pensado na nossa experiência de cidade no Rio, tem uma coisa de identificar esses símbolos e olhar esses símbolos com uma certa familiaridade. Os cenários, os palcos que a gente vive criam essa imagem doméstica para além do privado, elas acabam criando um teatro maior das nossas operações e das operações do álbum.


Em "Manhã" você canta que só morta a vida te alcança, mas em “Elise”, você diz que a vida começa (e está) em seu barco. No fim, vida e morte se entrelaçam. As definições dos temas serviu como inspiração para trabalhar no álbum?

Luca: Claro, acho que a pandemia fez isso. 

Lorena: Eu acho que esse medo de encarar essas coisas é também o medo de crescer, né? A pandemia escancarou isso e a gente ficava falando e falando sobre isso, contando mortes, essa coisa bem macabra que rolou na pandemia, ao mesmo tempo, acho que seria uma coisa que a gente enfrentaria, de uma maneira ou outra, nas cidades, saindo para o mundo… É contemplar o medo, falar sobre o medo, olhar ele de vários ângulos diferentes e tentar conviver com aquilo - esse é um leão que a gente carrega pra vida toda.  

Luca: Realmente, a morte aparece muito; dá pra colocar entre mãe e mãe. Mas eu acho que é uma coisa que faz sentido. Eu acho que é um álbum que é fascinado pelas coisas horríveis, ele olha muito para os momentos de tensão e angústia, e ao falar sobre isso faz parte da experiência. A gente tava tentando achar estratégias dentro dessa pulsão de vida e pulsão de morte, porque a criação de criar algo é uma pulsão de vida e o medo de tudo aquilo que tá em volta parece ameaçar isso. 

A dificuldade matar um leão tá na vida ou na morte?

Luca: Na vida.

Lorena: Tá na vida.

Luca: É o que te faz querer e ter.


Já em "Carinho" você canta: "Sonho em ser freira ou ser nada". Com o que vocês sonham atualmente? 

Lorena e Luca: A gente ama essa! 

Lorena: Freira! 

Luca: Freira total! [ambos riem] Essa pulsão entre o eu e o não… A gente quer ser a melhor versão possível ou nada, né? Acho que o ideal seria um caminho entre o meio da freira e nada, mas por enquanto, seguimos tentando ser freiras e sendo algo entre freiras e nada. 



Lorena Moura matará seus leões no Mamãe

Depois de apresentar algumas canções no festival O Ouro da Música Brasileira, realizado pela Cavaca Records neste ano, Lorena chega em terras paulistanas trazendo ao palco do Mamãe seu Mata-Leão. Ela vem acompanhada de Paulo Emmery no baixo, Theo Ceccato na bateria, Marco Benvegnú na guitarra e Pedro Abujamra nas teclas. A noite continua pós show com DJ set Cavaca Records comadado por Cainan Willy e Yasmin Kalaf. Garanta o seu ingresso aqui.


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