Os amores de Juliano Costa
- Michele Costa
- há 6 dias
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Segundo o dicionário Aurélio, a palavra amor significa: "sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro, ou a uma causa." O escritor C. S. Lewis definiu a emoção de uma maneira realista: "Amar é estar vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração estará apertado e possivelmente quebrado." A visão de Juliano Costa é diferente, para o músico "o amor é quando uma pessoa deixa de ser um conjunto de elementos visuais e vai além." É difícil definir este afeto, afinal, existem vários tipos de amor, por isso, é necessário vivê-lo para encontrar a melhor maneira de descrevê-lo.
Após festejar em Vida Real (2024), Juliano apresenta sua faceta de compositor ficcional, se aproximando da literatura ao narrar a trajetória amorosa de um personagem em Chamar Alguém de Amor (2025). O título não é apenas uma escolha estética: é uma provocação afetiva. Em 11 faixas, o músico narra o começo da jornada amorosa, quando tudo flui e o encantamento se faz presente em cada momento. Vestindo um terno marrom, enquanto segura um pratinho de bolo, o intérprete olha para a mulher amada, idealizando uma vida juntos. "Apaixonamento total. Sabe? Quando alguém entra na nossa vida pra ficar e a gente quer a vida com esse alguém. Sol e lua debaixo do mesmo lençol do céu numa lua de mel dourada. Um amor louco. Ainda bem", explica.
Com referências que passam por Rita Lee & Roberto de Carvalho, Roberto Carlos, Arnaldo Antunes e pagodes clássicos, Chamar Alguém de Amor celebra a paixão desse casal que vive um amor louco com uma sonoridade leve. O disco de Juliano Costa é para quem já amou, para quem ainda ama, ou para quem está tentando, com toda a fragilidade que isso exige, chamar alguém de amor.
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O amor apareceu em Vida Real com "Todo Amor do Mundo". Ainda é possível respirar fundo todo amor do mundo, nos dias de hoje, com guerras, capitalismo e fim do mundo?
[breve silêncio] Nossa, vou te falar que tá difícil ultimamente, eu tô bem [olha pra baixo] de saco cheio - até por isso que eu fui pra uma coisa bem ficcional dessa vez, pra criar outros mundos mesmo, sabe? [movimenta as mãos] Mas como exercício de meditação e de organização interna dos pensamentos, sim, acho que ainda se mantém uma busca por um estado consciente, mas não tomado pelas merdas exteriores. Não sei se dá pra entender, mas é um exercício de não se isolar da realidade, mas também de não se deixar ser totalmente engolido por ela, sabe? Então, tipo, eu acho que ainda existe, sim, pra caramba, lugar pra todos esses tipos de amor, mas principalmente hoje em dia nos micro e nos médios alcances [risos], porque de maneira geral tá tudo bem fodido.
Será que um dia melhora? Não só respirar esse sentimento, mas também como ser humano…
Meu chute socialmente: socialmente só piora, mas individualmente é possível; as coisas vão se construindo pelos nossos... Primeiro pelas teiazinhas que a gente tece mais próximas e daí as coisas vão, sei lá, se transformando em outras; mas eu acho que como posturas individuais acho que dá pra melhorar pra caramba, um monte de coisa, assim, até jeito de olhar as coisas e tal, fazer o possível pra não ficar totalmente deprimido também, né? Então tem que ter umas estratégias, porque senão eu vou... Tem que ter umas estratégias psíquicas mesmo, sabe? Mas de maneira social - eu não entendo nada pra dar uma opinião, baseado em algo -, a minha impressão é de que nós somos fodidos pra caralho. [risos] E só vai piorar.
Já que a realidade é tão difícil, e você falou, escreveu e cantou sobre no disco anterior, como foi sair dessa perturbação e encontrar um acolhimento nesse sentimento tão bom?
[olha pra cima, breve silêncio] Foi um pouco estranho, pra falar a verdade, porque não teve acolhimento...
Talvez um acolhimento no sentido de sair dessa loucura que a gente vive, porque você se pega no outro sentimento pra só sumir mesmo...
É, tem um pouco também. Eu acho que esse disco, eu acho que tem uma... Ele tem uma certa urgência [movimenta a mão esquerda, segurando uma caneta] no meu processo de composição. Acho que eu entrei num clima meio do tipo "vamos viver o que há pra viver" [risos], um negócio de "vamos nos permitir e vamos se apaixonar" para esse personagem que eu criei, nesse universo [movimenta as mãos], nesse universo ficcional no qual tá existindo esse relacionamento e essas pessoas estão entrando de cabeça nesse relacionamento - é um começo e tudo é muito intenso e tal. Tem um pouco disso… Precisa viver isso, sabe? Eu acho que existe uma coisa um pouco catastrófica também nessa abordagem, sabe? Não é mais uma abordagem de contemplação da vida e de... Mesmo crítica positiva ou negativa, não é mais isso, é meio que estar vivendo no meio do furacão, o acontecimento que eu escolhi, a paixão, né? Mas tem uma coisa meio apressada nessa ficção que eu inventei do disco, tem uma coisa meio… Uma necessidade de intensidade, algo assim, sabe? Criar um mundo de verdade, viver coisas - parece meme, mas isso, sabe? Viver coisas, tem um pouco a ver com o negócio de estar acabando também, eu acho, tipo, vamos viver as coisas intensamente e foda-se, vai saber o que vai acontecer, sabe?

Ainda em Vida Real, você trouxe alguns símbolos que se repetem em Chamar Alguém de Amor, como o céu, estrelas e brilho. Esses signos reapareceram de forma orgânica e seguem com o mesmo significado?
Boa pergunta. [olha pra cima] De bate pronto eu não saberia dizer, eu não tinha pensado sobre isso. Eu adoro usar esses símbolos de natureza, claro, é um recurso poético muito conhecido, mas eu adoro, sabe? Então eu sempre uso eles de uma maneira natural, não é uma coisa muito elaborada. Mas eu acho que, se for pensar nas vezes em que foi usado no Vida real, [breve silêncio] acho tá colorido dessa vez. Como se tudo tivesse com um filtro de Instagram - não é nesse repertório de recursos que a gente tem agora [movimenta as mãos rindo], mas tá com um filtro mais brilhante e com as cores mais estouradas, sabe? Igual quando a gente fala estrela, cada um imagina uma estrela, né, mas não dá pra imaginar uma estrela e tal… Então tem esses recursos do céu, de sol, de estrela, de mar e tudo. Acho que no Vida Real ele era todo [em tom] pastel, sabe? Na minha cabeça, na hora de fazer, agora, como cada um ouve, não tem controle. E agora não, agora tá aquelas cores estouradonas, saturado e meio brilhantes, meio psicodélico; a luz da lua é muito forte, a estrela tá… [movimenta a mão esquerda] Aquelas nebulosas estrelas que a gente vê, sabe? Tá tudo mais intenso, sabe? Mas assim, tô pensando agora, eu teria que elaborar… Mas de bate pronto eu sinto que é um pouco isso, sabe? Minha sensação em relação a esses recursos usados no Vida Real e nesse é um pouco essa diferença de ganhar intensidade.
Você sai da festa - aquela que não deixaria acabar - para o amor. No momento em que acaba, pode ser vista como uma consequência para retratar um novo capítulo, talvez um amor em consequência dessa badalação?
Pode. Legal, daora isso. Eu acho que tem uma coisa assim que é... Assim, o tempo inteiro essa ideia também da festa como representação da vida, de medo de morrer mesmo e da festa acabar, e que seja também uma coisa da festa da vida ou que seja uma fase... Tipo, uma fase... O fim das coisas, assim, né? Acho que o fim da festa tem um pouco disso. E o negócio do Chamar Alguém de Amor também é um pouco isso. É outro tipo de festa agora, sabe? É uma outra festa, mas ainda tem a ver com estar vivo, sabe? Só que dessa vez é um outro tipo de vida, mas... Acho que tá sempre relacionado com vida e morte isso que você falou da festa, sabe? Eu acho que sim, a festa continua. Só que ela tá em outro lugar agora - na minha cabeça ela tá mais num mundo inventado do que no mundo real.
Em "O Vazio" você canta sobre o vazio que foi deixado, mas em "Tudo Outra Vez", você traz a redescoberta da paixão. É a partir de um novo amor que se preenche esse vazio ou ele ficará ali para sempre?
Eu acho que o vazio vai ficar pra sempre. Acho que é um amigo que vai ser levado - um amigo imaginário que vai ser levado junto [risos] rolando nesse novo amor, sabe? Acho que também é uma coisa que pode representar cicatrizes, traumas e lembranças também, mesmo que não sejam coisas ruins, né? Eu acho que a memória é uma coisa importante nessas abordagens que eu tenho feito, tá sempre presente a memória, porque tem a ver um pouco com vida e morte. Quando a memória ainda continua lá, ainda é uma coisa que tem a ver com algo que está vivo ainda, mesmo que na memória, sabe? Então eu acho que essa relação do vazio com o Chamar Alguém de Amor, essa outra fase, o vazio permanece; mas uma coisa que eu acho que tem a ver com o que você tá perguntando é que eu acho que simbolicamente… Tudo que tá no Vida Real representado [faz um retângulo com as mãos] ele resiste ao que for inventado no Chamar Alguém de Amor, sabe? Se alguém tiver que ganhar, o Vida Real ganha no sentido de argumentação, porque ele é muito mais real, entendeu? O Chamar Alguém de Amor é uma construção ficcional que tá tentando elaborar em cima do Vida Real um novo mundo: o vazio continua, a vontade da festa não acabar continua, são coisas que se sobrepõem. Eu não sinto que nada nas ideias e conceitos do Vida Real foram superados com esse disco, sabe? Foram outras camadas que foram acrescentadas, mas não foi aquela coisa de uma resposta ao que estava sendo elaborado antes, sabe? Foi meio que uma camadinha, uma cobertura do bolo em si, mas o recheio mantém-se, sabe?
É como se fosse ressignificar o luto, não?!
É, tem a ver. Eu acho que sim, eu acho que é uma parte meio da fantasia, de fantasiar, de imaginar outras possibilidades e tal. É verdade, tem a ver. Tem a ver, o luto tem a ver mesmo.
É mais fácil viver em um mundo real ou num mundo fictício?
Eu acho que é mais importante o mundo real, mas a gente tem que temperar com o ficcional no meio, senão não aguenta. [risos]
"Esse disco tem uma intenção, não sei se dá certo ou não, de uma certa exposição que é diferente da exposição do Vida Real, de não ser blasé, sabe? Porque isso atrapalha muito na comunicação de muitas coisas. Não é um disco cool, não é uma coisa descolada, ele é meio descarado, sem medo de ser feliz, sem medo de passar vergonha, se jogar - digo pelas composições."

Chamar Alguém de Amor é um disco que o compositor ganha espaço. Como foi focar nele?
Então, eu tinha passado por essa fase do Vida Real e senti que… Já no processo do Vida Real eu já tava fazendo outras composições e tal e me veio um incômodo de ter sempre meio que um recurso viciado de fazer música triste e que às vezes não são coisas que estavam exatamente necessárias, sabe? E eu comecei a sacar que tem um pouco disso também… Existe uma certa facilidade em compor ou de criar algumas coisas que tendem mais para a melancolia e tal - isso independentemente do que cada pessoa estiver sentindo, acho que de maneira geral é mais fácil, pelo menos para as pessoas que eu observo… Acho que a melancolia é mais fácil de ser expressada. E eu acho que existe muito também o medo ou uma insegurança de expressar alegria, seja ela sentida ou não, mas de um objeto artístico que mostre algum tipo de alegria que seja identificável… Claro, é lógico que existem muitas expressões de alegria na nossa cultura, mas acho que uma construção de narrativa assim, eu acho que é mais difícil e eu tenho essa dificuldade, né?
Também tem uma coisa que eu passei muito tempo morando - não muito tempo, mas um tempo - com um amigo meu e ele me mostrou muitos pagodes que eu não conhecia e isso deu uma mudança de chave também, sabe? Incluir no meu repertório ferramentas em exaltar coisas boas em canções bonitas - era uma coisa que eu tinha pouco. Durante o Vida Real, eu tava compondo e eu saquei que tava indo de novo nesse vício de fazer umas lamentações, umas coisas que eu não estava mais afim de fazer… Aí foi meio que como um exercício mesmo de falar "beleza, eu vou tentar construir composições num contexto mais positivo, como exercício." E aí eu vi que tinha uma possibilidade de coisas ali, sabe? Eu vi que dava pra fazer. É uma coisa que, pra mim, é muito mais difícil, mas eu tava gostando do caminho. Aí eu resolvi criar esse negócio, falei "eu vou fazer um disco temático" - o Vida Real é um disco temático, mas o tema dele é muito mais amplo, né? "Vou fazer um disco temático, chega de ficar me expondo, não vou ficar contando minhas coisas por aí" [risos] Então, eu achei que foi uma boa saída. Eu inventei essa história de amor, desse começo de história de amor e fiquei me esforçando pra não fazer música de separação, música de corno, música de tristeza. [risos] Aí foi se abrindo essa possibilidade, sabe? Quando eu vi que já tinha algumas, eu resolvi fazer um disco inteiro desse começo de uma história de amor, sabe? [enfatiza com as mãos] Tá tudo bem aqui, só paixão - esse é o recorte. Depois acabei botando uns temperos de problema, porque também...
Falando sobre essa intensidade, sobre nos lembrar que existe vida além de todas essas merdas, guerras e problemas, como foi fazer esse exercício e lembrar, pra você mesmo, não tocar em feridas?
Ah, eu acho que... Elas foram tocadas, meio que não tem como também, sabe? Eu tava falando com o Renatinho [Renato Medeiros, produtor do álbum] [sobre o disco] "Será que [o álbum] não é meio estranho, mano? Tipo, eu não tô super feliz, eu não tô num relacionamento, eu não tô apaixonado. Será que não é meio estranho eu fazer esse disco?" E aí, ele falou um negócio que eu achei bom: "o disco é meio melancólico, mas não é o fim do poço." [risos] Isso me deixou um pouco mais tranquilo. A peneira da composição não é tão eficaz, sabe? As coisas passam. Depois que ele falou, eu fiquei um pouco mais tranquilo de ver que o que tem que estar lá, está lá - mesmo que seja em camadas de subjetividade diferentes. Acho que existe uma verdade artística ali, mais do que uma verdade autobiográfica que é o que tá me importando, sabe? Acho que, por mais que eu estivesse contando, no geral, histórias felizes, diálogos ou passagens boas, acho que tá lá; os problemas estão ali também, sabe?
Chamar Alguém de Amor não é um disco pra nos lembrar de não focar somente em coisas ruins?
Pode ser também, viu? Como a gente comentou agora é bem isso, né? Eu compus já a parte dois, que é só separação e desgraça, vai ser a continuação desse disco. Eu tava até querendo lançar agora no segundo semestre, mas o Renatinho me aconselhou a lançar no começo do ano que vem. Lançar esse disco neste ano e no ano que vem lançar a parte dois, né. Mas, tipo, eu acho que tem até um pouco isso também, tem um pouco de levantar a bola das coisas, pra depois cortar, né? [risos] Tem uma... Esse disco não é exatamente dançante, mas tem uma parte que é muito louca, tipo, quando a gente tá, sei lá, numa festa qualquer e tal, e aí começa a tocar uma música e tá tudo dançando e curtindo, sabe? Não é que eu tava procurando a pista de dança, mas eu tava procurando essa sensação um pouco também, de quando a gente se olha e vê que tá curtindo o momento, sabe? Essas coisas têm que ser muito valorizadas. É o que a gente tem, né? Então, acho que tem um pouco disso, de levantar o máximo também essas coisas, sem ficar totalmente irreal, né, mas de valorizar coisas que são raras, mas que são muito boas, sabe? Bons momentos, independente de qual contexto, eles têm que ser valorizados, sabe?
Por que o amor é importante?
[volta a segurar uma caneta e risca algo em silêncio] Daqui a três meses eu faço uma canção e te respondo. [risos] Eu não faço ideia. Pra mim é um mistério - e que bom também!
"Me deu vontade de fazer um disco temático, que contasse uma história que não fosse necessariamente a minha. Meus álbuns anteriores foram experiências de juntar composições com temas e situações variadas. Dessa vez, explorei mais o lado ficcional do ofício de letrista, mergulhando na ficção e mostrando outros lados do meu trabalho."
Existem canções que você enfatiza o contato físico, como olhar nos olhos, o toque da pele… Fiquei me perguntando se não é uma crítica ao modo que estamos vivendo hoje, ou seja, tudo é online, onde sentimentos viram memes ou pessoas que tiveram um relacionamento fracassado ou traumatizado não querem se relacionar novamente e esquecem que existem outras pessoas, outras possibilidades, etc. Serve também como uma crítica?
Serve como uma autocrítica, acho que sim. [risos] Acho que tem um pouco de um exercício meu também de me abrir mais pro mundo. Eu gosto de sair pra casa, eu saio bastante, sou zero a pessoa que fica em casa, mas acho que emocionalmente eu sou muito fechado, isso também tem a ver. Se for pra gente inventar um mundo ficcional, o que dá pra melhorar? Vai nesse sentido. É um disco de contato, do presencial. [breve silêncio] Não foi de propósito esse negócio do olhar que depois apareceu tanto… Eu ainda penso muito sobre isso. [silêncio] Eu acho que tem a coisa do não falado também, onde o olhar se expressa muito, acho que essa linguagem acabou sendo muito usada, é um jeito de tratar melhor a subjetividade.
Vida Real é um disco longo, com mais de 40 minutos, diferente de Chamar Alguém de Amor que tem um pouco mais de 20 minutos. Tratar das coisas reais é muito mais difícil do que se abrir/imaginar um mundo cheio de amor?
Eu acho que tem uma coisa do Vida Real… Tem muitas músicas longas porque veio da vontade de mostrar, também com a duração das partes das músicas, que a vida real é menos emocionante porque ela é menos editada, tem partes de tédio na vida real, tem dias que demoram pra passar. No Chamar Alguém de Amor, eu quis ir pro lado da narrativa ficcional, de roteiro, manter a audição na sua narrativa; aqueles cortes curtos, cenas rápidas pra não desviar a atenção do espectador, uma coisa bem paradinha, sem sobrar nada - e o Vida Real sobra tudo, porque tem menos edição; esse não, é um curta metragem, sabe? A ideia era essa: conversando com o Renatinho, a ideia era dele produzir e editar… Uma coisa que a gente conversou era não deixar nada sobrado, apresentar aquilo que é necessário para que a narrativa seja desenvolvida e ponto. Agora, o que é mais fácil eu não sei. No final das contas… Foi um processo muito mais complexo pra mim no Vida Real porque também tem essa parte que eu quis produzir tudo e ficar com aquelas falhas da vida real… Já no Chamar Alguém de Amor eu queria uma coisa que ficasse bem acabado, com uma lapidada, deixar o negócio brilhante e tal, então, foi um processo muito mais fácil, mas eu não sei se é por causa do tema ou por conta das etapas que foram feitas. Pra compor foi muito mais divertido! Era história, tinha muito a coisa de ficar ouvindo outras músicas… Como é o tipo de música que eu não tava acostumado a compor, eu ficava ouvindo e sacando "foi por esse caminho, usou essa palavra", sabe? Teve essa novidade pra mim que foi divertido pra mim.
Juliano Costa celebra o amor entre amigos
Embora Chamar Alguém de Amor seja um disco essencialmente romântico, Juliano vai além: ao lado de seus amigos, celebra também o amor que sustenta a amizade e fortalece a parceria. A colaboração com Renato Medeiros se repete; além de produzir o disco, é parceiro na composição "Brigar é Fácil".
A vontade de registrar nos discos as pessoas que o acompanham em vida segue neste trabalho: Helena Aranha canta em quatro das faixas; Millena Rosado, que já estava à frente da identidade artística de Juliano, agora ao lado de Victoria Andreoli, aparece também como compositora em "Bagunça"; Gabriel Serapicos está presente na faixa "Tudo Outra Vez".
"É legal porque existe uma turminha nossa, [composta por] Renato, o produtor, Gabriel Serapicos que canta "Tudo Outra Vez" e que produziu junto com Renato; a Helena que é uma super cantora e que tá com umas composições novas e que em algum momento vai lançar o trampo dela; a Millena é muito louco porque a gente tem trampos juntos e tal, mas ela tava sempre nas câmeras, fazendo clipes e fotos… Mas ela é mó compositora boa e canta pra caralho. A gente tá meio uma turminha que fica trocando o que cada um faz pra se complementar; tá um negócio prazeroso de trocar ideia e compor junto. É como se fosse uma banda, só que de várias carreiras solos, sabe? E tem a Victoria Andreoli fez toda a parte visual desse disco. Eu tô achando muito louco trabalhar em grupo - acho que tá todo mundo com carência de ter banda, a real é essa. Teve uma época que todo mundo tinha banda e acho que é o jeito que a gente tá lidando pra ter uma banda por enquanto. É mó daora fazer banda!", comenta sorrindo.
O disco marca o início de uma trilogia que guia os próximos trabalhos de Juliano Costa. Neste primeiro capítulo, ele mergulha na paixão; o segundo abordará a separação, e o terceiro será dedicado às curtições — um ciclo afetivo que muitos já viveram.
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