Matt e Mara
- Michele Costa
- 19 de fev.
- 2 min de leitura
Quando uma pessoa do passado retorna à sua vida é comum que você relembre antigos momentos e, consequentemente, se questione como seria as coisas ao lado dela. Você visualiza sonhos e se pergunta se estaria em outro lugar, sendo outra persona. Então, a realidade retorna e você precisa seguir adiante, esquecendo o tempo que já passou. É a partir desse contexto que Matt e Mara passa.
Dirigido por Kazik Radwanski, o filme narra o reencontro de Mara (Deragh Campbell), uma jovem professora de escrita criativa e mãe que vive um relacionamento estável com Samir (Mounir Al Shami), com Matt (Matt Johnson), um escritor e talvez um amor do seu passado. Unidos por interesses em comuns, eles se aproximam mais uma vez. No entanto, o retorno inesperado do colega desequilibra a vida de Mara ao verificar a conexão dos dois, diferente do que possui em casa - a vida que escolheu.
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A partir deste momento, os amigos se reencontram constantemente para conversar, debater e viver momentos. É fácil visualizá-los como um casal (por um momento o telespectador torce para que isso aconteça), mas o diretor tem outros planos. Utilizando a paisagem urbana de Toronto (que expressa muito bem o capitalismo), Radwanski mistura as sutilezas de duas pessoas diferentes - que estão ligadas pela paixão artística - para relatar as escolhas que fizeram: Mara está desiludida, enquanto Matt faz sucesso com o livro recém-lançado.
Matt e Mara ganha uma nova camada quando a professora convida o amigo para uma viagem à trabalho. Durante o trajeto ambos relaxam e deixam os instintos falarem por eles; dessa maneira, vemos Mara sorrindo e fazendo brincadeiras. Verbalizam juntos - a partir de gestos e posturas -, a intenção de reviverem o passado, mas não é permitido, já que Mara percebe que passou dos limites e precisa conter seus desejos. Porém, ao saber que Matt saiu com uma moça, fica com ciúmes e discutem no carro.
Com uma narrativa acessível e rápida, Matt e Mara narra o desejo reprimido, a inveja profissional e a saudade do que já fomos. É possível se enxergar no filme - caso isso aconteça é importante que não nos tornamos Mara, uma mulher apática que esquece que existem pessoas ao seu redor.
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