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  • Foto do escritorMichele Costa

Show: Nordeste Ficção

O DJ encerra sua discotecagem, as luzes se abaixam. Os músicos entram no palco, sendo seguida por Juliana Linhares. Sua vestimenta me lembra Mia Wallace, personagem de "Pulp Fiction", mas com uma diferença: o olhar é feliz, carregando o brilho de fazer sua estréia depois de muito tempo parada. Ela pára em frente ao microfone e o público grita - "maravilhosa!", "linda!", "perfeita" -, em seguida começa a cantar "Bombinha". Não demora muito para que ela se torne em uma verdadeira bombinha, explodindo o Studio SP.


Um ano atrás, Juliana lançava "Nordeste Ficção", um dos melhores álbuns de 2021. Gravado de forma remota e cheio de sentimentos, como me disse em abril, o álbum mostra os diversos Nordestes que cabem dentro de Juliana, misturando realidade e ficção, um lugar que precisa ser conhecido profundamente por nós.


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Se no álbum, Juliana convida o ouvinte a investigar seus Nordestes, no palco a narrativa muda: ela prende a atenção com o seu olhar; em pouco tempo, o público está dançando e cantando com ela. Abrindo o show com "Bombinha", a artista transforma-se na rainha que tudo que há, fazendo jus à música.


Não é só a voz que chama atenção, suas performances contribuem para as canções que foram cantadas. Entre caras e bocas, falas políticas ("tirem ou arrumem o título de eleitor para tirarmos o Bolsonaro") e muita dança, Juliana alcança o topo, mas não fica por ali por muito tempo, pelo contrário, ela vai além: o ápice chega na apresentação de "Armadilha", música composta com Chico César, e "Aburguesar", de Tom Zé, interpretada com a amiga Letrux.



Mais tarde, Zeca Baleiro sobe ao palco para cantar "Meu Amor Afinal de Contas". Em seguida, dão voz a duas músicas clássicas de Zeca: "Bandeira" e "Heavy Metal do Senhor" - essa última entre sorrisos e olhares, pulos e gritos do público. Juliana relembra a importância do músico em sua vida.


Em 90 minutos, Juliana apresenta sua história, suas vivências e suas inspirações. Seus Nordestes são imensos, fazendo com que sua arte continue repercutindo dentro e fora do público.

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