top of page
  • Foto do escritorMichele Costa

"Afluentes" de Felipe Bedetti

Ouvir Felipe Bedetti é como ler um conto de Guimarães Rosa: sua travessia parte de um ponto, se mistura com as demais coisas que estão no caminho para, no final, transbordar uma paisagem impossível de ser descrita, apenas sentida. Ao lado de outros músicos, o cantor navegou por diversos ritmos para chegar em "Afluentes", álbum lançado na semana passada. Passando pelo choro, valsa e a música instrumental, o compositor e violonista apresenta sua poesia mineira ao público.


Inclusive, Minas Gerais é uma das inspirações de Felipe - podendo ser vista ainda no primeiro trabalho, "Solo Mineiro" (2018) que retrata o dia a dia do interior de Minas, suas tradições e a população. Faz sentido celebrar Minas: foi lá que saíram João Bosco, Clara Nunes e Altemar Dutra.


Felipe começou a tocar violão aos seis anos, em pouco tempo, estava fazendo sua primeira apresentação. De lá pra cá não parou mais. Carregando seu violão, o músico continuou sua travessia, compondo, aprendendo com suas influências e lapidando o dom que já tem.


Você começou cedo na música. O que te levou para o setor musical?

O gosto pela música despertou muito cedo, ela sempre foi presente dentro de minha casa, descobri rapidamente que era esse o meu caminho, comecei a aprender violão e não parei mais.


São sete anos de carreira. Durante esse tempo, você e sua música mudaram?

Nesses sete anos novas influências musicais apareceram. O novo e o meu anterior [Solo Mineiro] refletem isso. Gravações, shows, estrada, todo trabalho traz um amadurecimento para o trabalho e contribui para mudanças.


Suas canções são carregadas com símbolos mineiros e poesia. O Estado influenciou de alguma maneira no seu processo de criação?

Minas Gerais é uma fonte de inspiração inesgotável, a riqueza cultural contida nesse Estado é impressionante! A música, manifestações culturais, o povo, a paisagem… Acredito que nunca deixará de ser uma forte influência.


Leia também:


"Afluentes" é o seu primeiro álbum. Como foi o processo? Aliás, como chegou no título?

O trabalho foi feito em uma grande rede colaborativa, contando com a presença de músicos de várias partes do país. As canções passeiam por vários ritmos do cancioneiro brasileiro, sem perder a sonoridade mineira. Produzido por mim e Poli Brandani, "Afluentes" é uma das faixas do trabalho, também uma comparação dos rios e seus afluentes com essa ideia colaborativa, [onde] várias pessoas se unindo e formando um trabalho.


Tadeu Franco e Toninho Horta são algumas de suas inspirações e ambos participam do disco. Como foi esse encontro?

É sempre uma alegria trabalhar com pessoas que admiramos, foi ótimo contar com a genialidade e originalidade dos dois artistas que são duas grandes influências para o trabalho que venho fazendo.


Além do disco, shows estão no seu plano. O que podemos esperar das apresentações?

Estão previstas apresentações de lançamento por cidades do interior de Minas, São Paulo e Brasília. Além da continuação do show "Parceiragem" em parceria com o cantor e compositor Tadeu Franco.



Assim como o conto "A Terceira Margem do Rio" de Guimarães Rosa, Felipe atravessa o seu rio e já vê novidades fluindo para, mais tarde, iniciar uma nova travessia.

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page