Um relacionamento possui as perspectivas de duas pessoas. As histórias não são iguais, pelo contrário, são diferentes. Vivendo diferentes intensidades, um casal relata quem parte, quem fica, quem quer mais e quem não estará mais presente. É a partir deste ponto que Felipe Quadros apresenta "Não Esqueci Seu Nome", seu primeiro EP, que retrata as nuances de um romance embalado pela linha do tempo.
Ao compartilhar seus amores, encontros românticos e as oscilações da vida amorosa, Felipe se conecta ao ouvinte, afinal, quem nunca sofreu de amor? Mas não é só isso: o cantor revive a estética do passado, aumentando nossa nostalgia. Sua voz doce, em conjunto com uma mistura de ritmos, faz com que lembremos de memórias que já passaram, mas continuam presentes, vivas.
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Quando você descobriu que gostaria de ser músico?
Eu lembro de muito pequeno já estar em contato com a música e sonhar com isso de forma mais remota. Comecei a tocar violão quando tinha uns 7 anos, mas fui aprender de fato por volta dos 12. Até então, nunca tinha pensado em "como ser músico", até que, lá por 2013, em algumas aulas de literatura tive despertado mais interesse na leitura, mas, principalmente, na escrita, e comecei a escrever minhas primeiras letras. Em 2015, tive uma banda, chamada MOHO, lançamos um EP em 2018 e logo em 2019 paramos por desalinhamentos do momento. Mas em 2019, decidi iniciar a carreira solo, já com músicas que eu considerada mais maduras e alinhadas com o que eu queria expor pro mundo, surgindo meu primeiro lançamento, a sessão ao vivo "Oficina: Edredom / Copo de Plástico" (tem só no Youtube) seguida dos singles "Bailarino" e "Camélia".
A sua primeira música foi criada em 2013. O seu processo de criação continua o mesmo?
Mudou bastante. Eu comecei num processo muito cru, tentando amontoar palavras que tivessem algum sentido juntas e contassem algo que eu andava pensando. Não conseguia ter uma visão tão clara do que eu queria provocar nas pessoas ou como eu poderia melhorar, era só a vontade de ser músico tentando contar qualquer coisa que eu concordasse. Hoje, já consigo pensar no que quero provocar nas pessoas ouvintes, desde letra, até harmonia e melodia. Sigo aprendendo, mas com um processo mais pensado.
Antes de iniciar sua carreira solo, você teve outras experiências e projetos. Eles te auxiliaram para os lançamentos das suas próprias canções?
Sim, definitivamente. Aprendi o que dava certo e o que não dava, além de ter aprendido a trabalhar música em grupo. Isso é o processo mais difícil pra quem tem a primeira banda; entender como expor sua composição em harmonia com os desejos e referências do grupo. Foi uma grande escola a MOHO.
"Bailarina" e "Cometa" foram suas primeiras músicas lançadas. Como foi apresentá-las?
Foi muito gratificante, pois foram as primeiras músicas em que eu falava de mim ou de histórias pessoais. Quando as pessoas gostavam dessas músicas, eu sentia como se estivessem se conectando com uma parte de mim mesmo, o que tornava tudo mais emocionante. Além de que, no projeto solo, consegui ter mais liberdade de experimentar algumas ideias (errando e acertando também).
Suas letras são simples e sempre são acompanhadas pelas misturas musicais. Como surgiu essa harmonia?
Eu busco muito essa acessibilidade do que eu estou dizendo. Antes, sinto que tentava rebuscar demais, com palavras difíceis, ideias pouco claras, já hoje eu tento trazer coisas que vivo de maneira que as pessoas possam se conectar. Ritmicamente, também tento seguir nesse caminho, misturando estilos musicais que condizem com o que eu estou querendo contar.
Você recentemente lançou o seu primeiro EP. Como está se sentindo? Como foi lançá-lo?
Está sendo um processo muito legal! Apesar de já ter havido essa mudança da banda para o solo, com esse EP, trilhei alguns outros caminhos ainda. A mudança pra referências mais ao R&B do que ao indie rock e MPB foi um aspecto que mudou a impressão das pessoas sobre o que eu produzo. Tem sido esse novo caminho que quero experimentar, mas provavelmente não vou parar por aí. Estou ansioso pra apresentar ao vivo para o público no dia 12 de agosto, lá no Teatro de Arena.
"Não Esqueci seu Nome" retrata as nuances de um romance. Qual o significado de amor para você e como foi tratar o tema no disco?
O amor sempre foi um tema central na minha cabeça, mas sempre tive dificuldade de falar sobre. Acho que eu precisava viver mais pra começar a escrever e sinto que agora começam a sair da gaveta essas canções. Tentei trazer o amor de maneira mais cotidiana, pensando nos dates da vida, nos encontros em casa, na rua, nas vontades e pensamentos que temos diariamente sobre o tema.
O que você espera despertar nos ouvintes?
É uma boa pergunta, tenho pensado sobre isso. Mas, de primeira reflexão, acho que sentimentos de curiosidade e surpresa, mas também de conforto e satisfação, intercalando entre momentos e ideias inesperadas com outros onde eu entrego exatamente o que se estava esperando.
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