Existem muitas maneiras de existir. A vida segue diante de nossos olhos quando estamos parados, em movimento, entre quartos desarrumados ou uma “casinha velha” perto dos campos do Gerês e os estúdios Namouche, em Lisboa. Foi assim, em constante mudança, que surgiu Forma de Estar, segundo álbum do Vasco Ribeiro & Os Clandestinos.
O título do álbum representa as diferentes fases de crescimento e estado de espírito do grupo. Das treze canções, algumas ficaram engavetadas por anos. Ao revisitá-las, Vasco Ribeiro & Os Clandestinos relembram o passado, imaginando o futuro, um espaço onde estarão rodeados por pessoas.
Após lançarem Mais Um Dia, em 2020, o grupo começou a pensar no que viria a ser o próximo trabalho. Com as bases prontas e grande parte de arranjos planejados, a banda foi para os estúdios Namouche, inaugurado em 1973, e por onde passaram nomes como Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Fausto e Jorge Palma, que coincidentemente integram a lista de referências do disco.
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Não é necessário muitas informações para compreender que Forma de Estar é uma celebração em conjunto, de uma história extensa que não tem fim, afinal, a cada projeto do grupo, novas pessoas embarcam - como mostra a capa do disco. Formas de Estar traz a colagem com fotografias de todas as pessoas que participaram da construção do disco.
O folk de “Voz Interior” abre o disco. Já em “Vida de Cão” (melhor canção!) é uma música de protesto - que mistura história real com elementos ficcionais - inspirado na sonoridade dos anos 70; enquanto “Meu Corpo Vai” traz toda complexidade da perda e do recomeço. O folk retorna em “Canas Soltas” para compartilhar as peripécias de Lisboa.
Outras inspirações - sonoras e literárias - podem serem vistas em “Primavera”, “Avenida Morta”, “Deita-te”, “Nada em Especial” e “Lia Anarquista”. Em “Qualquer Um Cantor”, Vasco Ribeiro & Os Clandestinos abordam os sonhadores que caminham pelas cidades, buscando algo. Já em “Homem Que Falava Demais” vemos uma música mais pop, que alcança todos os gostos. “O Sonho” e “Sombra do Meu Ser” trazem as características pessoais dos membros.
Para além de elementos base que constituem o projeto ao lado de Vasco Ribeiro - Francisco Nogueira, Rafael Castro, Henrique Rosário e Antônio Gonçalves - participaram do disco novos clandestinos e clandestinas, que devem também integrar concertos futuros. Dentre eles estão o cantor, compositor e flautista Gabriel Pepe; os saxofonistas João Arez e André Monteiro; o trompetista italiano Samuele Lauro; o ex-integrante da banda Steven Gillon; e o coro de vozes formado por Constança Branco e Carlota Loureiro.
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