Conheça: Camaleônica
- Michele Costa
- 30 de abr.
- 2 min de leitura
Misturas sonoras sempre resultam em músicas boas. O som da Camaleônica mescla de forma única o ancestral e o contemporâneo da música afro-brasileira, transitando por estilos como samba, bossa nova, rock e hip hop.

Criada em Barcelona pelos amigos de infância Felipe Dantas e Fernando Reis, as composições do duo escrevem a vida cotidiana pelo olhar de quem cresceu no subúrbio — a escumalha de Douglas Germano —, carregando um discurso poético e político que resgata a beleza da simplicidade. Em suas performances ao vivo, o duo utiliza loops, samples e instrumentos inusitados, criando um show dinâmico e imersivo.
Após o sucesso dos primeiros singles - "Maravilhoso" e "Eletrotropical" -, a Camaleônica apresenta "Língua e Revolta", um manifesto urgente em tempos sombrios: mistura o ijexá, ritmo ancestral afro-brasileiro, a guitarras distorcidas e vocal em transe, criando um ambiente onde o sagrado e o insurgente dançam juntos. Felipe explica que a canção é sobre resistir ao ódio, mesmo que essa resistência venha atravessada pela raiva. “É um manifesto em defesa das liberdades: do afeto, da fé, da identidade. O personagem da música encontra força na ancestralidade e nas lutas que o antecedem. Ele transforma essa força em grito, em som, em coragem”, conta.
O single integra o disco Eletrotropical, que aprofunda essa pesquisa sonora que entrelaça ritmos afro, beats eletrônicos e espiritualidade periférica. A obra é um caldeirão de referências: celebra o agora, o baile de favela, os orixás e os encontros latino-americanos, com influências que vão da Tropicália de Caetano Veloso à lírica urbana de Marcelo D2.
Com shows já marcados na Espanha e em Portugal, Camaleônica segue expandindo seu público e consolidando sua estética híbrida, misturando percussão, harmonia, loops e samples em apresentações hipnóticas.
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