Após o sucesso da primeira edição no ano passado, o C6 Fest retornou com a missão de misturar diferentes públicos em São Paulo. Realizado nos dias 17, 18 e 19 de maio, o festival colocou a música no centro das atenções, ou seja, sem ações marqueteiras e locais instagramáveis. No entanto, a organização do evento pecou em coisas básicas: shows acontecendo simultaneamente, copos específicos para bebidas e falta de treinamento para a produção. No domingo, 19, o primeiro show da Tenda Metlife começaria às 14h. Dessa maneira, o C6 Fest compartilhou as instruções nas redes sociais, indicando a melhor maneira de chegar ao local, porém, muitas pessoas se perderam e como não havia indicações no trajeto do parque, foi difícil encontrar os portões corretos. Assim que se chegava ao local, diferentes pessoas da organização davam instruções erradas. Foi necessário muita paciência para enfrentar o calor e a bagunça. Mas quando Jair Naves entrou no palco, tudo melhorou. Em 45 minutos, o músico revisitou sua trajetória em um show potente e emocionante. Acompanhado por Renato Zukauskas, Rob Ashtoffen e Lucas Melo, foi impossível não se emocionar com sua apresentação e o carinho que o artista tem com o público (muitos que estavam ali o acompanham desde Ludovic). Em seguida foi a vez do grupo britânico Squid. Os integrantes desaparecem, pois os instrumentos sobressaem, fazendo uma bela mistura de chocalho, gongo e guitarra. O público jovem surgiu quando Noah Cyrus subiu ao palco. A espera dos fãs valeu a pena: a americana fez um show dançante, entregando-se completamente. Com o fim, foi a vez dos admiradores da Cat Power invadirem o espaço, em busca do melhor lugar para acompanhar a trovadora que está levando a palavra de Bob Dylan pelo mundo. Assim que subiu ao palco, Cat Power esbanjou carisma e iniciou sua versão para o álbum ao vivo no Royal Albert Hall, de 1966. Em pouco tempo o espaço estava cheio e o público mergulhou na onda da cantora norte-americana. Terminou o show com uma mensagem carinhosa, lembrando a necessidade de trancar o celular na geladeira e deixá-lo naquele local por alguns dias, dando espaço para novas vivências e um olhar atencioso para as nossas necessidades. Pavement era a banda mais esperada da Tenda Metlife, do C6 Fest. Após anos de espera, os fãs estavam animados com a chegada da banda. Neste encontro não havia amarras: o grupo pode pular, fazer solos de guitarra com o instrumento nas costas e até dançar valsa com uma mulher da produção. "Vocês ficam: ‘Venham para o Brasil!’, estamos aqui porra! Nós já íamos vir, mas gostamos da insistência", disparou o guitarrista Scott Kannberg. Com um público extremamente animado e participante, Pavement fechou o festival cantando seus clássicos, como "Cut Your Hair", "Stereo" e "Shady Lane".