
No ano passado , o C6 Fest pecou na organização. No entanto, o último dia de C6 Fest 2025 trouxe uma sequência de apresentações que não apenas redimiram as falhas pontuais da edição anterior, como também elevaram o evento a um novo patamar de curadoria, diversidade e qualidade sonora. O evento reuniu - mais uma vez - público de todas as idades, entregando uma experiência empolgante. O domingo começou com o show de Thalin, Cravinhos, VCR Slim, Pirlo e iloveyouangelo apresentando o álbum Maria Esmeralda - presente na lista dos melhores álbuns de 2024 - na Tenda Metlife. Com participação de um trio de cordas, o grupo levantou o público com uma performance vibrante, abrindo os trabalhos do festival com muita personalidade. "Todo Tempo do Mundo" segue sendo o ápice ao vivo. Logo depois, os britânicos da English Teacher mostraram que o pós-punk ainda tem espaço para inovação. A banda trouxe uma apresentação intensa que agradou todos os presentes. The Last Dinner Party dançou do início ao fim O SuperJazzClub abriu a programação na Arena Heineken do C6 Fest 2025 de forma tímida, porém, mesmo após alguns hits, não conseguiram atrair a atenção do público presente. Já na Tenda Metlife, já havia um burburinho de ansiedade para o fenômeno pop The Last Dinner Party, um dos nomes mais aguardados pela juventude. Com figurinos exuberantes, teatralidade refinada e um som que mistura Kate Bush com glam rock, o quinteto britânico entregou um espetáculo de personalidade - surpreendendo até quem não as conhecia. Leia também: A vida de Gabre Show: Di Melo e Jadsa Show: DEUS EX MACHINA O ápice da Tenda foi com Wilco, banda esperada há anos pelos fãs. Mesmo com um pequeno atraso de 17 minutos, o grupo não fez feio; pelo contrário, entregou um show emotivo e épico, feito especialmente ao público brasileiro. Inclusive, em um determinado momento, Jeff Tweedy perguntou: "por que a gente não mora aqui?", causando alvoroço do público que gritava, aplaudia e concordava. "Via Chicago", "Jesus Etc.", "I Am Trying to Break Your Heart" levaram o público - perto do palco - em lágrimas e arrepios. No entanto, foi com "Impossible Germany", com a guitarra de Nels Cline, que vemos a grandiosidade da banda. Foi impossível não chorar ao ouvir "If I Ever Was a Child", de Schmilco (2016), uma música que me traz diversas memórias de uma juventude. Ao fim, foi bonito ver os fãs se abraçando e confirmando que aquele espetáculo foi épico do início ao fim. Por conta do horário não foi possível ver Seu Jorge e convidados no Baile à la Baiana, mas foi possível acompanhar o baile de Nile Rodgers & Chic que transformaram o local em uma verdadeira pista dançante ao ar livre. O C6 segue sendo um dos melhores festivais.
