
Em 1996, o produtor Nick Gold convidou o guitarrista Ry Cooder para ir à Havana para participar de um disco com músicos de Cuba e do Mali. Por um problema no visto, o grupo africano não conseguiu comparecer, fazendo com que o músico trabalhasse apenas com um grupo. Assim, surgiu um dos álbuns mais importantes da década: Buena Vista Social Club. Dois anos após as gravações do disco, Ry retornou ao local com o cineasta alemão Wim Wenders para relatar o processo do disco que mudou a vida de Ibrahim Ferrer, Juan de Marcos González, Rubén González, Company Segundo, Manuel "Puntillita" Licea, Orlando "Cachaito" López, Manuel "Guajiro" Mirabal, Eliades Ochoa, Omara Portuondo, Amadito "Tito" Valdés e Pio Leyva. Muitos desses músicos se reuniam nas décadas de 40 e 50 para cantar e dançar no bairro Buenavista de Havana. Leia também: Concerto 1 O outro lugar do céu de Nicolas Geraldi Omar and Cedric: If This Ever Gets Weird Com uma câmera na mão, Wim Wenders passeia pela cidade com o objetivo de conhecer a ilha e seus moradores, captando a atmosfera do Buena Vista Social Club. Dessa maneira, Cuba é inserida como personagem antagonista do documentário, auxiliando a narrativa do grupo. Wenders entrevista os músicos sem uma ordem e padrão estabelecido, ou seja, as conversas são realizadas na rua, em parques, escolas ou em casas, contribuindo para a narrativa. Essa proposta faz com que o telespectador acompanhe o talento de cada um, além de compreender o movimento realizado para que o grupo caísse em ostracismo. Buena Vista Social Club ganha um salto quando a banda sai do regional para o mundial. Em 1998, os músicos se apresentaram em Nova York e Amsterdã. A câmera do diretor acompanha a euforia dos cubanos em outro país, mostrando a primeira viagem de avião de muitos deles. A emoção de Ibrahim Ferrer é contagiante - enquanto caminha pelas ruas agitadas de NY, ele se deslumbra com as cores, cultura e informações, não esquecendo de suas raízes e da esposa que ficou em casa. Mas é o prestígio internacional o ponto alto do documentário: com os teatros cheios, Buena Vista Social Club é celebrada com sucesso. Simples, impessoal e sentimental, Buena Vista Social é uma construção poética sobre a história de um grupo que modificou a música cubana e que segue presente no imaginário das pessoas. Buena Vista Social Orchestra no Brasil Formado por integrantes originais do Buena Vista Social Club, o grupo cubano Buena Vista Social Orchestra, com direção musical de Jesus 'Aguaje' Ramos (trombonista original do Buena Vista Social Club), vem pela primeira vez ao Brasil em abril de 2025 com um inédito espetáculo repleto de clássicos do projeto musical cubano. Para mais informações sobre as apresentações e ingressos, clique aqui .
