O mundo é muito grande para ficar em apenas um lugar. Ao optar por viver em outro país, Luciana Maya está livre para compartilhar sua vida e suas experiências através de músicas dançantes que passam por diversos estilos. Com letras que retratam suas reflexões, maturidade, amores e emancipação pessoal, a cantora auxilia no bem estar do ouvinte, além de abordar suas raízes brasileiras. Natural de Uberaba, Minas Gerais, Luciana Maya começou a se expressar artisticamente na infância. Com o passar do tempo, a artista aprimorou sua voz e técnicas para, em 2022, lançar suas primeiras músicas. Pra Ficar Com Você foi o seu primeiro single; um jazz que mistura música popular brasileira para narrar os primeiros meses de paixão de um casal. Recentemente, ela lançou Princesa , canção dançante e bem humorada que retrata as relações sociais que se dão quando sentimos que não estamos sendo tratados como gostaríamos. "É uma música pra curtir, sabe? Você pode ouvir com aquela sua amiga que acabou de terminar um namoro, ouvir sozinha no carro viajando ou colocando ela pra dançar. É uma música que manda um recado, mas que com certeza serve pra gente se divertir", explica. Após conciliar sua carreira artística com outras atividades profissionais durante anos, Luciana reuniu todas as suas forças para se dedicar completamente à sua arte, mostrando que não existe tempo certo para seguir seus sonhos. Liberte-se e dance! Leia também: Lili Araújo celebra a vida com samba e o jazz CA CAU: o artista multimídia cheio de poesia Torquato Neto: o anjo sentimental Quando você descobriu que gostaria de trabalhar com artes e ser cantora? Eu canto desde criança, sempre amei arte, amei música, sempre cantei. Teve momentos na minha vida que me dediquei mais a música e em outros momentos eu simplesmente deixei a vida me levar, por circunstâncias. Mas é uma coisa que vem desde que eu era muito, muito novinha. Eu lembro que pedi um gravador quando era criança, sabe? Ficar cantando e gravando minha voz… Então, é uma coisa de muitos anos. Durante um tempo, você conciliou sua carreira artística com outras atividades profissionais. Agora, você foca somente na arte. Como foi essa escolha e transição? Quando a gente é artista independente, se a música, em geral, não está dando os meios para que a gente possa inverter nossa carreira ou que a gente possa simplesmente viver da música, que é o sonho de todo mundo que ama música, então, a gente sempre precisa de outros meios, né? Eu estou numa etapa onde eu tenho um trabalho relacionado a universidade que eu fiz e é o que gera esses valores para inverter na minha carreira de ser independente, porque são muitas coisas… E é assim, eu sou uma pessoa muito minuciosa nas escolhas da minha equipe, da produção, das coisas que quero fazer e que quero fazer bem feito. Eu ainda não sou uma afortunada [risos] dessas que vive da música - espero que isso aconteça rápido. Você mora fora do Brasil, mas o país continua muito presente em você. Como é ter liberdade em brincar com diversos gêneros e continuar cantando e celebrando em português? A gente deixa o Brasil, mas a gente deixa simplesmente o território, o Brasil tá dentro da gente. Eu sou brasileira e tenho orgulho de ser brasileira. Eu amo meu país com todos os seus defeitos e virtudes, acredito que o país sempre fica na gente, são as nossas raízes, a nossa identidade. Então, a música não poderia vir diferente, sempre saindo com aquilo que é mais verdadeiro, que tem a ver com o que nós somos, né?! Nesse sentido, o Brasil mora dentro de mim. Eu tô sempre aqui no Brasil, então tá tudo certo sobre este ponto! Brincar com gêneros é super divertido, porque eu acho que na música, quando as inspirações vem, a gente segue aquele roteiro - é mais ou menos [estar] criando um personagem, criando uma história. Fica até parecendo que você tá escrevendo um filme, uma novela [risos] , a história de uma pessoa que muitas vezes você não conhece, simplesmente vem essa inspiração e essa ideia em sua cabeça e a gente segue e é super divertido. Eu acho que a música, assim como filme, como teatro e novela, a música conta várias histórias, conta verdades e aquilo que tá dentro da gente, aquela inspiração e que pode chegar no coração de várias pessoas e acho super legal. Eu amo [ênfase na palavra] fazer música! Suas letras abordam reflexões sobre maturidade, amor, liberdade e emancipação pessoal. São causas que você defende e que estão presentes em sua vida. Como é cantá-las? Eu acho que sempre que a gente escreve uma música, a gente escreve sobre coisas, fatos, histórias que nem sempre tem a ver com a gente, né. Mas eu sou uma pessoa que defendo todo o justo e tudo aquilo que é pro bem da humanidade, que é pro bem das pessoas em geral - eu vou tá sempre defendendo. Eu acho que existem personagens nessas canções que... Pode ter uma [música] louca, uma mais triste, pode ter uma feliz, sempre tentando levar a mensagem de que tá tudo certo, tá tudo bem e que acontece com todo mundo e que a gente vai sair ileso de tudo que a gente passa nessa vida. Mesmo que deixe marcas e cicatrizes, essas coisas, muitas vezes, fazem a gente mais forte, né. Gosto também de usar muito humor e a ironia em temas que são muito mais sérios pra gente tentar abordar assuntos que são importantes no dia a dia, de uma maneira mais leve. Sim, acho que a gente sempre tem que tá pensando no que acontece no geral, né? Sempre cuidando da gente, mas sempre pensando no todo e podendo fazer músicas que cheguem no coração das pessoas e que elas se identifiquem e que encontrem algo bom ali, uma esperança, uma alegria ou que possam rir até mesmo da situação que elas estão vivendo. É isso aí!