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Foto do escritorMichele Costa

As nuvens de Ana Luísa Ramos

As primeiras nuvens da compositora e cantora Ana Luísa Ramos começaram a surgir na infância através da música. Sua voz a fez fazer seu debut aos 14 anos, com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Pretão. Após participar de óperas, musicais, concertos e cantatas, a brasileira - que vive no Canadá - segue em sua nuvem, mas contemplando as pequenas coisas da vida, ou seja, aproveitando cada segundo da vida. 


Recentemente, Ana Luísa Ramos lançou o single "Clouds", que foi feita durante uma viagem de carro pelo interior de São Paulo na véspera de seu aniversário. Com um ar de melancolia, a canção reflete as novas oportunidades alcançadas com a chegada da maturidade. "Essa canção retrata as longas estradas, a vastidão do horizonte, os novos começos e o amor incondicional. A ideia foi representar esses elementos visualmente através de imagens da natureza, de viagens, de turnês, representando as lembranças que compõem a vida inteira", conta. 


Com dois álbuns já lançados, a artista prepara o lançamento do terceiro, intitulado Solaris. De cima de sua nuvem, Ana viaja horizontes para continuar criando, compartilhando sua delicadeza e fazendo os ouvintes flutuarem ao seu lado. 


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Você iniciou sua carreira no coral infantil para, depois, ir para a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. Como foi fazer esse trajeto jovem para, mais tarde, lançar suas próprias músicas? 

Foi um processo bastante natural. Por muitos anos foquei na minha carreira na música erudita, mas sempre com um pezinho no canto popular. Quando lancei meu primeiro álbum, em 2016, foi um marco na minha trajetória e acabei focando cada vez mais no meu projeto autoral.


Você participou de óperas, musicais e concertos. As experiências que você já teve são visíveis em suas canções. Como foi a experiência e como é poder adicioná-las em seus trabalhos? 

É muito enriquecedor. Todos somos um conjunto de referências, mas nesse caso acho que consigo de fato juntar o melhor desses mundos e da forma que é mais orgânica e fluida para mim.


Em 2009 você ganhou o primeiro lugar no tradicional Festival Eleazar de Carvalho, em Fortaleza. Alcançar esse lugar foi importante para você continuar na música? 

Foi sim, com certeza. Principalmente para quem está começando ter esse tipo de reconhecimento é bastante motivador e vira combustível para continuar a jornada.



Você trabalha com o inglês e português. Como é fazer músicas nesses idiomas? Existe uma facilidade em algum? 

Ter a possibilidade de fazer música nas duas línguas é bastante recompensador e, pelo menos para mim, torna o processo criativo mais fácil, pois eu consigo navegar entre as duas línguas. Algumas músicas fluem melhor em inglês, outras em português.


Em "Eternidade" você diz que olhou para outro horizonte, ainda maior que o Brasil. Como tem sido poder trabalhar no Canadá, país que você escolheu para morar? Aliás, o país também te impacta no seu processo de criação? 

Eu gosto muito daqui, mas gosto principalmente da vida que consigo levar aqui. A vida cultural no país, de uma forma ampla, é muito rica e muito ativa. Tem muita arte acontecendo, o tempo todo, então acaba sendo muito inspirador estar nesse ambiente e o fato da cidade em que moro ser rodeada de natureza, ajuda muito também.


Recentemente você lançou "Clouds", primeiro single do seu terceiro álbum, que foi feita durante uma viagem de carro pelo interior de São Paulo. Gostaria que você falasse um pouco mais sobre como foi fazê-la e trazer as imagens da natureza para a canção. 

Eu estava viajando de Ribeirão Preto à Presidente Prudente para fazer um show com o meu duo, o Ana & Eric, e foi a nossa primeira ida ao Brasil desde 2019, antes da covid. Naquele momento, a gente estava no nosso país, ver nossos familiares e amigos, e poder fazer shows, tocando nossas músicas, foi a materialização de um sonho e, nesses momentos, a gente vê tudo sob uma ótica diferente. Acho que na música eu consegui retratar esses sentimentos e toda essa ambiência.


Em abril, você lança Solaris, seu novo álbum. O que podemos esperar dele? 

Solaris é um álbum que é muito pessoal e eu trago nele, com a minha visão, o que é o amor em suas diferentes formas. Muitas das canções foram feitas para a minha filha e sobre a abundância de amor e felicidade de viver esses primeiros anos dela. Também tem canções que falam sobre o amor romântico e sobre quando o amor se transforma em saudade, sobre amor próprio e de se conectar com si mesmo, sobre amor por um lugar, e assim vai.

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